Pintura Potiguara

Ter a percepção que, após tantos anos de massacres contra os nossos povos indígenas, ainda lutamos pela sobrevivência da nossa própria essência é um orgulho que deve ser levado de geração em geração. Prova viva disso, é a nossa manifestação cultural através do nosso próprio corpo ao nos pintarmos e demonstrarmos ao mundo que somos um povo guerreiro, alegre e esperançoso.

A pintura vai muito além de um adorno, cada desenho nela expresso traz em seu encalço um grande significado. Todo Potiguara ao estar se caracterizando deve sentir a força, o orgulho, as dificuldades enfrentadas e, principalmente, a necessidade de manter firme a sua história em meio a tantas adversidades que atualmente existem. Feita naturalmente através do Jenipapo e do Urucum.

 Podemos citar algumas como, a da salamandra, caminhos de monte-mór, a colméia, folha da jurema, entre outras. Resumindo, nossa pintura é parte de quem somos e como diz no livro Índios na visão dos índios POTIGUARA, feito pelos nossos parentes: "Com ela trazemos no corpo a marca de nossos antepassados".

 

"Faculdade Maurício de Nassau"

Entrevista com os universitários da faculdade Maurício de Nassau sobre mitos e lendas do nosso povo, tais como batatão, as bruxas de coqueirinho, a baixa da galinha com pintinhos de ouro, morto-vivo, o gritador, procissão da meia-noite e lagoa do encanto. É gratificante compartilhar e receber conhecimentos com a juventude não-indígena, que atualmente se mescla aos nossos jovens indígenas universitários, os quais estão buscando seu espaço na sociedade sem perder suas raízes. Me orgulho de um povo tão forte e guerreiro. "Xe Potiguara" 

 

 

Ritual Sagrado 2015

 Tradicional toré Potiguara da aldeia Alto do Tambá, no dia 14 de abril, antecedendo o dia do índio (19 de abril) que é comemorado na aldeia-mãe. 

Manifestação cultural que reúne toda comunidade e também visitantes, bem como todo quadro educacional da aldeia e visando o fortalecimento étnico-cultural do nosso povo.

O povo Potiguara

Desde 1501, o nosso povo é historicamente conhecido, onde ocupávamos um território que se estendia pelo litoral do Nordeste brasileiro, mais precisamente do Rio Grande do Norte ao sul do Maranhão.                                                                                                                         

   Nos dias de hoje, o território Potiguara está localizado no Litoral Norte da Paraíba e, atualmente, é a maior população indígena no Nordeste etnográfico.  Concentra-se um dos maiores povos indígenas no Brasil. Vivemos em 32 aldeias, nos municípios de Rio Tinto, Marcação e Baia da Traição.                                                     

O Toré, a pintura e o artesanato Potiguara fazem parte da essência do nosso povo, como também a Língua Tupi que é falada por poucos, pois foi perdida ao longo do tempo, mas que está sendo revitalizada.                                       

 O povo Potiguara é muito acolhedor festivo e observador. Constantemente, aparecem pessoas e grupos que querem nos ver e conhecer nossa história, muitos estudantes que desejam fazer pesquisas. Geralmente, saem satisfeitos e felizes, porque realizaram seus objetivos junto aos nossos parentes.

                                                          

Agradeço desde já a todos que se interessam pela nossa história, que traz conhecimentos milenares.

Att: Guarinîybakoby – “Guerreiro dos céus” – Nathan Galdino.

Cacique potiguara da aldeia Alto do Tambá, em Baía da Traição.